A docente do IFC Santa Rosa do Sul, Rita Albernaz Gonçalves, é autora do terceiro capítulo do livro “Caminhos para a transição do sistema agroalimentar: desafios para o Brasil”, juntamente com a professora Maria José Hötzel, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A obra, publicada pela Editora Senac, é o novo título da Cátedra Josué de Castro de Sistemas Alimentares Saudáveis e Sustentáveis da Universidade de São Paulo (USP).
O lançamento oficial ocorreu na noite de terça-feira, 4 de novembro, na Faculdade de Saúde Pública da USP, em São Paulo. O evento contou com a mediação dos prefaciadores do livro, Carlos Monteiro e Rita Lobo, e a presença de parte dos autores, entre eles Ricardo Abramovay, Arilson Favareto, Patrícia Jaime, Maria Laura Louzada, Walter Belik e a professora do IFC Rita Albernaz.
Rita esteve em São Paulo para acompanhar o lançamento do livro e participar da sessão de autógrafos. Durante o evento, foi convidada a subir ao palco para falar sobre o capítulo que assina na publicação, que aborda a monotonia nos sistemas de produção de aves e suínos e suas implicações para o bem-estar animal e o risco de resistência a antibióticos, tema desenvolvido em parceria com a professora Maria José (UFSC).
O livro será lançado também durante a COP30, em Belém do Pará, no dia 18 de novembro, às 19h, na Casa do BNDES. O evento contará com debate mediado por Tereza Campello, ex-ministra e atual diretora socioambiental do BNDES, e participação de Patrick Caron, do Grupo Consultivo em Pesquisa Agrícola Internacional (CGIAR), e Patrícia Jaime, coordenadora do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (NUPENS) da USP.
A coletânea de artigos, organizada pelos professores Ricardo Abramovay e Arilson Favareto, revela como os sistemas agrícolas atuais e as formas de produção e consumo de alimentos ameaçam o equilíbrio ambiental e a saúde humana. O estudo representa um esforço de articular organicamente evidências que mostram a operação do atual sistema agroalimentar, responsável por um terço das emissões globais de gases de efeito estufa.
O Brasil é um dos territórios em que as tecnologias da Revolução Verde foram aplicadas com mais eficiência. O país hoje está no epicentro do sistema agroalimentar global, com destaque para sua presença dominante em vários produtos e, sobretudo, na oferta de alimentos fontes de proteínas vegetais e animais.
Os capítulos do livro procuram demonstrar como a tríplice monotonia do sistema agroalimentar brasileiro toma forma em cada um dos domínios específicos a que essa ideia se aplica: falta de diversidade nas paisagens agrícolas, representada pela redução drástica do número de plantas cultivadas, ambientes de cultivo homogêneos e pouco resilientes, e aumento do uso de agrotóxicos; falta de diversidade na criação animal, a qual se baseia em poucas raças que dependem do uso massivo de antibióticos num modelo intensivo; e consumo alimentar pouco diverso, com presença crescente de alimentos de origem animal e de produtos ultraprocessados.
A boa notícia é que soluções já estão à mesa. Os autores e autoras do livro – referências acadêmicas na área – apontam as inovações que já vêm sendo experimentadas para fazer frente aos impactos climáticos e aos impactos na saúde humana que o modelo convencional apresenta. Eles indicam trajetórias para que as inovações possam ser libertadas de sua atual condição de nicho e se convertam em soluções concretas capazes de romper com o modelo dominante e inspirar políticas públicas e ações práticas.
De acordo com a professora Rita, a construção do livro é uma das etapas do Programa dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT), da Chamada CNPq nº 46/2024. O INCT “Superando a monotonia do sistema agroalimentar” é uma iniciativa conjunta entre a Cátedra Josué de Castro, o Instituto de Pesquisas Avançadas e o NUPENS — todas entidades da USP — juntamente com o IFC Santa Rosa do Sul, o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), o Instituto Fome Zero, a Embrapa Acre e o Woodwell Climate Research Center.








