Projeto desenvolvido em parceria pela UFSC e IFC obtém resultados animadores, acelerando o crescimento das espécies em qualquer época do ano, com o emprego da tecnologia e sem o uso de agrotóxicos

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Um projeto inovador desenvolvido em parceria entre o campus Araranguá da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e o campus Santa Rosa do Sul do Instituto Federal Catarinense (IFC) está revolucionando o cultivo de plantas, acelerando o crescimento e melhorando a qualidade de mudas de bananeiras e orquídeas por meio do cultivo em ambiente controlado, inteligente e eficiente energeticamente.

Intitulado ‘Desenvolvimento de estufas (casas de vegetação) inteligentes e eficientes energeticamente para cultivo de plantas de alto valor agregado aplicadas a comunidades lindeiras ou assentadas de usinas hidrelétricas’, o projeto tem demonstrado resultados animadores desde o seu início, em outubro de 2021. Ele é executado no campus do IFC de Santa Rosa do Sul, no extremo sul catarinense, e na biofábrica da cidade de Alpestre, no Rio Grande do Sul, onde estão localizadas as Smart Greenhouses 1 e 2, como são chamadas as estufas do projeto, uma em cada localidade.

 

Estufas inteligentes e eficientes

As espécies são cultivadas em dois protótipos de casas inteligentes e energeticamente eficientes, construídas em tamanho real (12 x 8m), com um sistema computacional automatizado que monitora e controla variáveis bioclimáticas internas, como temperatura e umidade do ar em duas alturas, temperatura, umidade do substrato, luminosidade, fertirrigação e enriquecimento com CO2.

O mesmo sistema utiliza inteligência artificial para tomar decisões, com base nas variáveis monitoradas e nos dados de uma estação meteorológica acoplada à casa de vegetação, optando sempre pelo nível de operação com menor gasto energético, daí o nome “inteligente” na estufa. O conceito “eficiente” vem da arquitetura bioclimática, e o sistema fotovoltaico fornece a suplementação de energia elétrica.

 

Resultados promissores

As mudas de bananeiras aclimatadas na Smart Greenhouse (SGH) apresentaram uma produção três vezes maior em comparação com aquelas colocadas em casas de vegetação convencionais (CGH), e o ciclo de aclimatação reduziu de 3 para 2 meses, mesmo durante o inverno. A maior qualidade das mudas de bananeira foi evidenciada pelo aumento na altura (70,5%), no diâmetro (46,7%), no teor de açúcares (388,2%), na massa seca da parte aérea (548,3%) e das raízes (718,3%).

No caso das orquídeas cultivadas na Smart Greenhouse, os resultados também são promissores. Em apenas 5 meses, algumas orquídeas desenvolveram hastes florais, um marco significativo no segmento de orquídeas ornamentais. Com 8 meses, as mudas já apresentavam as primeiras flores, um processo que pode levar até três anos em uma casa de vegetação convencional.

Segundo o professor do IFC Santa Rosa do Sul, Bruno Pansera, pesquisador e representante do campus no projeto, “os primeiros resultados do cultivo nas Smart Greenhouses superaram as expectativas, proporcionando um ambiente propício ao desenvolvimento sustentável e vigoroso de mudas de bananeiras e orquídeas, sem o uso de agrotóxicos”. E concluiu, afirmando que “soluções inteligentes e sustentáveis como essa tem o potencial de transformar a agricultura moderna, trazendo benefícios tanto para os produtores quanto para os consumidores”.


Parceria UFSC e IFC

O projeto de desenvolvimento de estufas inteligentes e eficientes energeticamente é fruto da parceria e do trabalho colaborativo da UFSC Araranguá e do IFC Santa Rosa do Sul, com financiamento da Usina Hidrelétrica Foz de Chapecó Energia, no âmbito do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), e apoio da CSC Energia e da Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária (Fapeu).

Alinhado aos princípios de sustentabilidade, eficiência energética, empreendedorismo e inovação, o projeto conta com uma equipe multidisciplinar que envolve professores e alunos de graduação e pós-graduação dos cursos de Engenharia Agronômica do IFC e de Tecnologias da Informação e Comunicação, Engenharia da Computação e Engenharia de Energia da UFSC.